As estatísticas sombrias cobrem um período brutal de 70 dias, de 7 de outubro a 15 de dezembro, pintando um quadro sombrio do tributo cobrado no território sitiado.
O Ministério da Saúde revelou que entre as vítimas estavam mais de 300 trabalhadores do sector da saúde, 86 jornalistas, 135 funcionários da UNRWA e cerca de 35 trabalhadores da defesa civil.
Mais de 51.100 palestinos ficaram feridos, com um número adicional de pessoas ainda desaparecidas.
A terrível situação estende-se à infra-estrutura de saúde, com apenas oito dos 36 hospitais de Gaza parcialmente funcionais, informou a Press TV.
As taxas de ocupação em departamentos de internação e unidades de terapia intensiva dispararam para 206% e 250%, respectivamente.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qudra, disse que o regime de ocupação visa deliberadamente os hospitais, afirmando que tais ações visam “eliminar” o sistema de saúde do território palestino.
Os ataques dos militares israelitas aos hospitais de Gaza, que resultaram na morte de muitos palestinianos, suscitaram condenações por violarem o direito internacional. Israel afirma que as instalações médicas em Gaza estão a ser utilizadas como centro de comando e controlo pelo grupo de resistência palestiniano Hamas, mas não forneceu quaisquer provas que apoiem esta afirmação.
‘Não somos números’: palestinos em Gaza compartilham histórias comoventes de perda e sofrimento
O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, numa entrevista à Al Jazeera, descreveu a situação em Gaza como "sem precedentes" e "impressionante".
Manifestou profunda preocupação com o desenrolar da crise humanitária, sublinhando o número chocante de mulheres e crianças mortas em apenas 40 dias – excedendo as vítimas civis na guerra na Ucrânia.
Israel travou a guerra em Gaza em 7 de Outubro, depois de o Hamas ter levado a cabo a Operação Tempestade Al-Aqsa contra a entidade ocupante, em retaliação pelas suas atrocidades intensificadas contra o povo palestiniano.
O regime também impôs um “cerco total” à Faixa de Gaza, cortando combustível, electricidade, alimentos e água a 2,3 milhões de palestinianos que ali vivem.
Cerca de 90 por cento da população de Gaza foi deslocada dentro do território, onde as agências da ONU afirmam não haver lugar seguro.