Hojat-ol-Islam Taher Amini Golestani, chefe do Instituto Internacional para a Paz e Religiões, enfatizou a necessidade do diálogo entre comunidades religiosas como base para a coexistência pacífica.
Falando no domingo em um seminário sobre a promoção da harmonia entre seguidores de várias religiões e seitas, ele observou a trajetória histórica do diálogo inter-religioso.
"Nas últimas duas ou três décadas, o diálogo não era tão proeminente", disse Golestani. "No entanto, desde a década de 1960, o Vaticano defendeu o diálogo como uma resposta a séculos de conflito, defendendo as discussões como um passo essencial. Curiosamente, o Profeta Mohammad (s.a.a.s) também enfatizou o diálogo em uma carta aos cristãos, o que parece extremamente relevante hoje."
Golestani descreveu a evolução das discussões inter-religiosas por meio de várias fases. "O diálogo inicialmente visava converter os outros ou refutar suas crenças", ele explicou. "Com o tempo, ele evoluiu para promover a compreensão cultural, reconhecer os próprios pontos fortes e fracos e, eventualmente, discutir valores compartilhados. No entanto, o estágio atual é uma oportunidade única — diálogo para identificar soluções comuns para desafios compartilhados."
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Ele propôs que agora é o momento para a resolução cooperativa de problemas entre religiões. "Na minha opinião, a Constituição de Medina, estabelecida pelo Profeta Mohammad (s.a.a.s) como a primeira constituição do mundo, é uma referência vital", ele acrescentou.
"Antes da missão do Profeta, árabes e cristãos estavam frequentemente em guerra. A carta foi criada para unir as pessoas com base na humanidade, mesmo deixando de lado as diferenças religiosas."
Golestani destacou a importância deste documento, descrevendo-o como um modelo diplomático com inúmeras estratégias para prevenir a violência entre seguidores de diferentes religiões. “A carta do Profeta aos cristãos também pode ser um modelo."
No contexto atual, ele reconheceu um "inverno espiritual" afetando as religiões, referindo-se às perspectivas de acadêmicos como Marshall McLuhan, que falou do "diálogo de civilizações", e Francis Fukuyama, que previu o "fim da história". Golestani alertou: "Se ocorrer uma terceira guerra mundial, conflitos religiosos podem ocorrer, tornando crítico que os centros religiosos ofereçam soluções práticas. A Constituição de Medina é um modelo exemplar."
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Ele enfatizou que as religiões devem servir como parte da solução para a coexistência pacífica. "Interpretações errôneas impactaram até mesmo a visão dos fiéis sobre a religião", disse ele.
"As religiões devem formar uma frente unida, liderada por líderes que trabalham em uma coalizão que resista à inação e promova a confiança. As instituições religiosas devem aproveitar ferramentas modernas para defender a justiça no mundo."
Golestani pediu aos líderes religiosos que mudassem o diálogo para a resolução de problemas, alavancando as estruturas legais internacionais existentes. "Os líderes religiosos muitas vezes não têm conhecimento desses recursos legais, que poderiam apoiar seus esforços para trazer mudanças positivas."
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