Os tumultos, que varreram 27 cidades, foram desencadeados por desinformação islamofóbica e levaram a ataques direcionados a mesquitas e comunidades muçulmanas.
Esses eventos marcaram um momento crítico na luta contra a islamofobia, ocorrendo em meio à retórica de extrema direita encorajada associada ao retorno de Donald Trump à presidência dos EUA e à normalização do sentimento antimuçulmano no discurso político ocidental.
A Reunião de Estratégia Nacional de Islamofobia, organizada pelo Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha (MCB), reuniu líderes comunitários, ativistas, acadêmicos e representantes de base para desenvolver uma resposta unificada e proativa. Esta iniciativa segue dados do Home Office mostrando que quase 40% de todos os crimes de ódio religioso registrados no ano que terminou em março de 2024 tiveram como alvo muçulmanos.
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"Os eventos do verão de 2024 deixaram claro que devemos ir além das palavras para uma ação decisiva", afirmou Zara Mohammed, Secretária Geral do MCB.
"Nossas comunidades enfrentam desafios sem precedentes, mas estamos respondendo com unidade e determinação sem precedentes", o site do MCB a citou dizendo.
A reunião identificou três áreas principais de foco: apoio às vítimas, coleta de evidências e empoderamento da comunidade.
Forças-tarefa, de acordo com o MCB, serão estabelecidas para desenvolver soluções nessas áreas, incluindo sistemas aprimorados para registrar incidentes islamofóbicos, fortalecer iniciativas de base e criar programas educacionais para combater equívocos.
A iniciativa se baseia em recentes reconhecimentos políticos do problema, incluindo a declaração do Primeiro Ministro no Parlamento em 13 de novembro, reconhecendo a islamofobia como um problema sério. No entanto, os participantes da reunião enfatizaram que as palavras devem ser acompanhadas de ação. Eles pediram ao governo que adotasse a definição de islamofobia do Grupo Parlamentar Multipartidário sobre os muçulmanos britânicos e estabelecesse mecanismos independentes e bem financiados para monitorar crimes de ódio antimuçulmanos.
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A urgência desses esforços é ressaltada por um aumento de 25% nos crimes de ódio religioso em comparação ao ano anterior, o nível mais alto desde que os registros começaram em 2012.
Os líderes comunitários na reunião apontaram para a importância da ação coletiva, convocando todos os setores da sociedade britânica a apoiar iniciativas que visem construir uma sociedade mais inclusiva e equitativa.
Nos próximos 6 a 10 meses, grupos de trabalho desenvolverão propostas detalhadas para abordar a islamofobia e fornecer soluções de longo prazo para combater crimes de ódio e discriminação.
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