A mesquita foi vandalizada com grafites de cabeça de porco, disse um grupo turco-muçulmano na segunda-feira, relatando o segundo ataque desse tipo contra a comunidade muçulmana da região na semana passada.
Um grafite de cabeça de porco foi encontrado no domingo na porta de uma mesquita em Cherbourg, operada pela União Turco-Islâmica de Assuntos Religiosos (DITIB), disse o grupo em um comunicado.
Condenando a "ação inaceitável" contra a mesquita, o grupo expressou o seu firme compromisso de defender os valores do respeito e da humanidade.
Na semana passada, uma granada de gesso normalmente usada em exercícios militares foi deixada em frente a uma mesquita administrada pela DITIB na cidade francesa de Saint-Omer, no norte.
Um incidente semelhante ocorreu no ano passado durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão, quando várias pessoas deixaram uma cabeça de porco do lado de fora da mesma mesquita.
O prefeito de Saint-Omer, François Decoster, também denunciou o ato "hediondo" e "criminoso" contra o local de culto.
"Em nome do povo de Saint-Omer, quis assegurar à comunidade franco-turca de Saint-Omer o apoio da nossa cidade", acrescentou.
Foi aberta uma investigação para apurar as circunstâncias do incidente. O prefeito da cidade prometeu reforçar a segurança em torno dos locais de culto, nomeadamente através de videovigilância.
Ataque Islamofóbico contra Mesquita Francesa Condenado
Mesquitas na Europa Ocidental, especialmente na Alemanha e na França, têm assistido a um aumento de vandalismo, assédio e ameaças nos últimos anos, alimentado pela propaganda de partidos e movimentos políticos de extrema-direita.
Um país com mais de 68 milhões de habitantes, a França tem a maior população muçulmana da Europa Ocidental, seguida pela Alemanha. Estima-se que abrigue cerca de 3 a 5,7 milhões de muçulmanos.
Os ataques de Israel à Faixa de Gaza também levaram a um aumento da islamofobia em toda a Europa, de acordo com um novo relatório divulgado em dezembro.
O "Relatório Europeu sobre Islamofobia 2023", que examinou o sentimento anti-muçulmano em 28 países europeus, revelou que os ataques de Israel em Gaza levaram a um aumento notável da islamofobia na Europa Ocidental.
O relatório observou que na França, as declarações pró-Israel do presidente Emmanuel Macron exacerbaram o racismo institucional contra os muçulmanos.
Kawtar Najib, que escreveu a seção francesa do relatório, apontou que a proibição do governo ao uso de lenços de cabeça nas escolas levou a uma preocupação significativa para estudantes muçulmanos e suas famílias.
A medida tem sido vista como um sinal da institucionalização do sentimento anti-muçulmano na França.
À medida que a islamofobia se torna mais arraigada, o relatório instou medidas mais eficazes para combater a discriminação e proteger as comunidades muçulmanas em todo o continente.
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