O vídeo, que foi compartilhado por plataformas israelenses extremistas, mostra o local sagrado islâmico sendo bombardeado e substituído pelo que é descrito como o Terceiro Templo. A gravação também traz a mensagem: “No próximo ano em Jerusalém... Messias agora.”
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina emitiu um comunicado afirmando que os criadores e disseminadores do vídeo estão promovendo uma “incitação sistemática” contra os locais sagrados cristãos e muçulmanos em al-Quds ocupada.
O ministério pediu à comunidade internacional que trate o vídeo com seriedade e tome as medidas legais e diplomáticas cabíveis. A nota também exigiu o fim da política do governo israelense de isolamento do povo palestino.
O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia, em declaração divulgada pela agência estatal Petra, condenou o que classificou como “incitação racista e extremista” por parte de grupos de colonos israelenses.
A Jordânia relacionou o vídeo a um contexto mais amplo de aumento das atividades de colonos, incluindo recentes “incursões” e “atos provocativos” realizados sob a proteção das forças de segurança israelenses.
O ministério reiterou que a Mesquita de Al-Aqsa, com uma área total de 144 dunams (aproximadamente 35 acres), é um local de adoração exclusivo para muçulmanos. Também destacou que o Departamento de Assuntos de Awqaf e da Mesquita de Al-Aqsa, sob o Ministério de Awqaf e Assuntos Islâmicos da Jordânia, é a única autoridade responsável pela administração do complexo e controle de acesso.
O Catar também se uniu às críticas, descrevendo o vídeo e as mensagens associadas como uma “provocação perigosa” que pode inflamar ainda mais as tensões na região, especialmente em meio à guerra em curso em Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores do Catar reafirmou sua rejeição firme a quaisquer tentativas de alterar o status legal e histórico da Mesquita de Al-Aqsa ou de outros locais religiosos em al-Quds.
Autoridades israelenses têm afirmado repetidamente que o status quo em Al-Aqsa está sendo mantido. No entanto, o Waqf Islâmico em al-Quds contesta essa alegação, argumentando que as ações recentes das autoridades e colonos israelenses representam “violações sem precedentes” ao caráter exclusivamente muçulmano do local e à sua administração.
O acordo de status quo, que remonta a antes da Guerra Árabe-Israelense de 1967, estipula que, embora o Waqf administre o complexo de Al-Aqsa, apenas muçulmanos podem realizar orações no local. Não muçulmanos podem visitar sob certas condições, mas não têm permissão para orar.
As tensões aumentaram nos últimos dias à medida que grupos de extrema-direita convocaram visitas em massa ao local durante o feriado judaico da Páscoa, que começou no último domingo. Desde 2003, autoridades israelenses têm permitido que colonos e outros visitantes não muçulmanos entrem no complexo quase diariamente — prática que os palestinos e autoridades muçulmanas veem como um desafio ao status tradicional do local.
A Mesquita de Al-Aqsa, localizada em al-Quds Oriental, é o terceiro local mais sagrado do Islã, depois de Meca e Medina. Israel ocupou a cidade durante a guerra de 1967 e, posteriormente, anexou o território em 1980 — ação não reconhecida pela maioria da comunidade internacional.
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