“Manter negócios como de costume com Israel é uma vergonha absoluta, pois isso cria cumplicidade dos Estados europeus com o que está acontecendo,” disse Marc Botenga.
Acusando a União Europeia de ser cúmplice dos crimes de guerra de Israel, o combativo eurodeputado pediu que o bloco aplique sanções para facilitar o acesso da ajuda humanitária a Gaza.
Botenga, um dos membros mais vocais do Parlamento Europeu sobre a questão de Gaza, afirmou à agência Anadolu que a situação humanitária no enclave está se agravando devido à interrupção quase total da ajuda humanitária por parte de Israel há quase dois meses.
"Estão matando pessoas deliberadamente, não apenas com bombas, mas também negando todas as necessidades básicas. Isso é um crime, é um crime de guerra, é um crime contra a humanidade," disse Botenga, que representa a Bélgica no Parlamento Europeu.
Ele acrescentou: "A União Europeia não está pressionando Israel. Falam muito, mas não agem. É necessária pressão. São necessárias sanções. Caso contrário, Israel continuará não apenas matando palestinos, mas também ocupando a Faixa de Gaza."
Criticando a postura de “negócios como de costume” da UE, incluindo reuniões com autoridades israelenses, Botenga disse: "Há encontros com Israel como se nada estivesse acontecendo, como se (o primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu não estivesse acusado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional, como se a Corte Internacional de Justiça não tivesse apontado claramente o risco de genocídio."
Denunciando essa situação como uma "vergonha absoluta", ele afirmou que isso "cria uma cumplicidade dos Estados europeus com o que está acontecendo."
Botenga também criticou o fato de alguns países europeus continuarem enviando armas para Israel, dizendo que esses laços comerciais equivalem a "cumplicidade com crimes de guerra."
Conhecido por suas críticas contundentes a figuras como a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e a chefe da diplomacia europeia Kaja Kallas, Botenga afirmou: "É muito importante levantarmos nossas vozes, porque, se não o fizermos, aceitaremos a cumplicidade de nossos líderes."
"Quando vejo von der Leyen e Kaja Kallas basicamente aceitando o que Israel está fazendo, sinto-me muito revoltado," disse ele.
Ele acrescentou: "Isso é exatamente o oposto do que eles dizem defender... vai contra a humanidade, contra o direito internacional."
"É um apoio ao colonialismo israelense, e isso nunca podemos aceitar."
Apontando que o bloqueio da ajuda humanitária a Gaza deve ser encerrado imediatamente, ele reforçou o apelo para que a UE imponha sanções contra Israel "para abrir todos os corredores de ajuda humanitária e salvar vidas."
Criticando a declaração do primeiro-ministro belga Bart De Wever, que disse ser "irrealista" prender Netanyahu se ele visitar o país, Botenga classificou a fala como "um escândalo absoluto."
"Isso não é uma opinião política. A Bélgica está legalmente obrigada. Nossas autoridades judiciais são obrigadas a prender Netanyahu, caso ele venha," disse Botenga.
Ele destacou que a declaração "não está em conformidade com o direito internacional, e isso é muito, muito, muito grave."
Além de suas intervenções no Parlamento Europeu, Botenga também demonstrou apoio a protestos públicos em Bruxelas, capital belga.
Botenga compartilhou ainda relatos de suas visitas a cidades palestinas como Nablus, Hebron (Al-Khalil) e Ramallah, onde testemunhou de perto a opressão israelense na Cisjordânia.
https://iqna.ir/en/news/3492847