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Crimes de Israel em Gaza são prova contundente do fracasso ocidental em direitos humanos

15:27 - April 29, 2025
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IQNA – Um autoridade iraniana descreveu os crimes cometidos pelo regime israelense em Gaza como a prova mais contundente do fracasso dos direitos humanos ocidentais.

O vice-presidente para Assuntos Estratégicos e Parlamentares, Mohsen Esmaeili, fez essa declaração durante seu discurso na primeira conferência internacional sobre “Direitos Humanos na Perspectiva Oriental”, que teve início na sede da Organização de Cultura e Relações Islâmicas (ICRO), em Teerã, na segunda-feira, 28 de abril de 2025.

“Quando olhamos para a crise em Gaza e os crimes que estão sendo cometidos ali, vemos a ineficácia dos direitos humanos ocidentais”, afirmou.

Ele observou que as instituições de direitos humanos surgiram oficialmente após duas guerras mundiais e a enorme perda de vidas e propriedades, com a esperança de criar um diálogo comum entre os países e evitar mais derramamento de sangue.

“Por isso foram bem acolhidas pelo público e adotadas em um ritmo que não é típico do calendário internacional.”

Esmaeili disse que essas instituições foram úteis em alguns casos, mas falharam em alcançar seus objetivos principais.

Ele afirmou que mais de 50 mil pessoas, metade delas crianças e mulheres, foram atacadas pelos sionistas, deixando qualquer pessoa interessada na paz internacional a se perguntar o que fazer com instituições de direitos humanos tão ineficazes hoje.

Esse silêncio das chamadas instituições de direitos humanos diante dos crimes em Gaza e em outras partes do mundo leva todos os pensadores a perceberem a necessidade de repensar e propor novas ideias para a proteção dos direitos humanos, prosseguiu.

“O Oriente cultural pode fazer isso, em termos de profundidade de pensamento, tempo e discurso. Já foi dito por historiadores ocidentais e pelos primeiros historiadores do mundo que os direitos humanos começaram no Oriente, e a visão elevada do ser humano teve início no Oriente.”

Ele também convidou os participantes da conferência e aqueles que estudam a vasta cultura oriental a analisarem o fato de que o Islã possui a mensagem mais bela e mais completa sobre os direitos humanos.

“À medida que estudam as culturas da região, estudem também o Alcorão e a visão islâmica dos direitos humanos. O Alcorão diz que o valor de cada ser humano, independentemente de qualquer distinção, é igual ao valor de toda a história.”

A primeira conferência internacional sobre “Direitos Humanos na Perspectiva Oriental” foi organizada pela Organização de Cultura e Relações Islâmicas em cooperação com a Universidade Baqir al-Olum.

O evento, com duração de três dias, tem como objetivo reavaliar o discurso contemporâneo sobre direitos humanos, a partir das tradições filosóficas, culturais e civilizacionais do Oriente.

Com a participação de 40 estudiosos internacionais representando 22 países, o evento busca promover um diálogo crítico e intercâmbio acadêmico sobre como as civilizações não ocidentais e as tradições religiosas podem contribuir para redefinir os fundamentos dos direitos humanos. Os organizadores esperam estabelecer uma rede de estudiosos e profissionais orientais, lançando as bases para a elaboração de um arcabouço de direitos humanos enraizado na diversidade cultural, nas tradições espirituais e na identidade coletiva.

Entre os pilares conceituais da conferência está a crítica ao modelo dominante ocidental de direitos humanos.

A perspectiva oriental enfatiza uma visão comunitária da dignidade humana, dos direitos culturais, da responsabilidade social e da agência moral.

Os temas discutidos incluem os direitos de solidariedade, a necessidade de descentralizar as instituições de direitos humanos do Norte Global e a redefinição do papel dos atores da sociedade civil para além dos modelos centrados no Estado. Os organizadores ressaltam que um discurso genuíno e pluralista sobre direitos humanos deve reconhecer a legitimidade de diferentes sistemas morais e epistemológicos e resistir às tentativas de universalizar normas liberais ocidentais.

A conferência se posiciona como parte de uma iniciativa mais ampla para estabelecer um marco intelectual sustentável que integre os conhecimentos religiosos, culturais e filosóficos do Oriente ao debate global sobre direitos humanos.

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