Estudantes muçulmanos relatam assédio após evento sobre Gaza na Universidade de Nebraska-Lincoln
A universidade está revisando o incidente após a circulação online de um vídeo que mostra uma altercação com os estudantes muçulmanos.
O vídeo, publicado pelo grupo Lincoln for Palestine, mostra Roland Hesse confrontando um grupo de estudantes após um evento organizado pelo grupo Students for Justice in Palestine (SJP), que teve como objetivo aumentar a conscientização sobre a situação humanitária em Gaza.
Wilhelmi Massay, enfermeira da unidade de terapia intensiva pediátrica em Omaha, que viajou duas vezes para Gaza desde outubro de 2023, foi uma das palestrantes do evento, segundo o jornal The Daily Nebraskan.
No vídeo, Hesse faz comentários inflamatórios, dizendo aos estudantes que eles são "além de demoníacos" e insultando o profeta Muhammad (que a paz esteja com ele).
Ele também afirma: "até que vocês parem com isso, o verdadeiro deus, Jesus, deixará o povo de vocês morrer." O início da gravação mostra Hesse acusando os estudantes de colocarem um adesivo anti-Israel próximo à sua residência — uma acusação que os estudantes negam. O grupo SJP também afirmou que não distribui esse tipo de material.
Testemunhas relataram ter observado comportamentos preocupantes durante o evento, incluindo uma reação inadequada de Hesse quando Massay relatou o bombardeio trágico de uma mesquita.
Após a divulgação do vídeo, o SJP compartilhou uma declaração anônima dos estudantes envolvidos, destacando preocupações com islamofobia, sentimentos anti-árabes e racismo contra palestinos. “Como muçulmanas que usam hijab, é assustador caminhar pelo campus sabendo das percepções violentas que outros podem ter”, dizia o comunicado.
O Departamento de Física e Astronomia da UNL se recusou a comentar, mas informou que o caso está sendo tratado pelo Escritório de Equidade Institucional e Conformidade. A porta-voz da universidade, Leslie Reed, confirmou que a UNL está lidando com a situação segundo suas políticas de não discriminação e está oferecendo serviços de apoio aos estudantes afetados.
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) pediu que a universidade conduza uma investigação completa e garanta a segurança de todos os estudantes.
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