O exército indiano afirmou ter lançado a "Operação Sindoor", atingindo nove locais no Paquistão e na Caxemira administrada pelo Paquistão. Em resposta, Islamabad declarou ter retaliado, atacando alvos militares indianos e abatendo vários aviões de guerra.
Os ataques ocorrem em meio a tensões crescentes entre os dois países com armas nucleares, após um atentado mortal no mês passado contra turistas na Caxemira administrada pela Índia, do qual Nova Délhi responsabilizou o Paquistão — que negou qualquer envolvimento.
Segundo o governo indiano, seus alvos foram "infraestruturas terroristas no Paquistão e na Caxemira ocupada pelo Paquistão, de onde partem ataques contra a Índia". Nova Délhi alegou que suas ações foram "focadas, medidas e não escalatórias", sem atingir instalações militares paquistanesas.
Autoridades paquistanesas informaram que pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 35 ficaram feridas. Os ataques atingiram locais na Caxemira administrada pelo Paquistão e na província de Punjab, no leste do país. Entre os alvos estavam as cidades de Muzaffarabad e Kotli, além de uma mesquita em Bahawalpur, onde um menino morreu e dois civis ficaram feridos.
O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Asif, afirmou que pelo menos cinco aeronaves indianas foram abatidas e soldados indianos foram capturados.
A troca de fogo intenso e bombardeios recomeçou ao longo da Linha de Controle que separa as regiões da Caxemira controladas por Índia e Paquistão, segundo relatos de testemunhas e autoridades à agência Reuters.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou por máxima contenção de ambas as partes. “O mundo não pode se permitir uma confrontação militar entre Índia e Paquistão”, disse um porta-voz.
O presidente dos EUA, Donald Trump, lamentou os confrontos e disse: “Só espero que isso acabe muito rapidamente”.
A violência atual acontece após o assassinato de 26 turistas em Pahalgam, na Caxemira administrada pela Índia. A Índia responsabilizou o Paquistão e prometeu retaliar, o que o Paquistão nega.
Nitasha Kaul, diretora do Centro de Estudos da Democracia, disse à Al Jazeera que os ataques são “muito preocupantes” e ressaltou que os mais afetados são sempre os civis da região, especialmente os caxemires, que ficam entre os dois lados do conflito.
Ela também afirmou que a escalada não foi surpreendente, considerando a crescente pressão interna por uma resposta militar por parte do governo indiano, descrito como hiper-nacionalista.
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