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Jeremy Corbyn pede investigação sobre envolvimento do Reino Unido no genocídio em Gaza perpetrado por Israel

15:26 - June 05, 2025
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IQNA – Deve ser lançada uma investigação pública independente sobre o envolvimento do Reino Unido na guerra genocida de Israel em Gaza, afirmou o ex-líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn.

Corbyn pediu, nesta quarta-feira, que o governo britânico encerre as vendas de armas para Israel e acusou os ministros de serem cúmplices de “assassinato em massa”.

Levantando-se na Câmara dos Comuns com uma moção sob a regra dos 10 minutos, o veterano deputado por Islington North citou a Comissão Chilcot sobre a guerra do Iraque, dizendo que ela expôs “falhas graves” na política externa britânica.

“Essa investigação não pôde ser resistida pelo governo naquela época, e será o mesmo para Gaza hoje”, declarou.

Corbyn apontou para a escala da destruição em Gaza, onde mais de 54.600 pessoas foram mortas, e destacou que dois altos funcionários do regime israelense agora são procurados pelo Tribunal Penal Internacional.

“O Reino Unido desempenhou um papel altamente influente nas operações militares de Israel”, disse aos parlamentares, referindo-se ao fornecimento britânico de armas e componentes.

“É muito simples: até que este governo encerre a venda de armas para Israel, continuará sendo cúmplice do assassinato em massa de palestinos em Gaza neste momento.”

O ex-líder trabalhista pediu mais transparência sobre o papel desempenhado pela infraestrutura militar britânica no conflito.

Ele acusou o governo de “evasão, obstrução e silêncio” e afirmou que uma investigação deve determinar quais armas estão sendo enviadas, quais bases da Força Aérea Real (RAF) estão sendo usadas em conexão com as operações e se os caças israelenses F-35 estão utilizando peças fornecidas pelo Reino Unido.

“O público merece saber a extensão da cumplicidade do Reino Unido nessas atrocidades”, concluiu.

O projeto de lei de Corbyn, que contou com o apoio de mais de 30 deputados, incluindo alguns dissidentes do Partido Trabalhista, foi apresentado sem votação.

Alguns parlamentares trabalhistas tentaram levantar suas vozes em oposição, para forçar uma divisão, mas o presidente da Câmara interveio, lembrando-os de que não poderiam se opor ao projeto e ao mesmo tempo votar a favor.

Como resultado, a moção prosseguiu sem divisão, e a Câmara dos Comuns passou para o próximo item da pauta.

Apesar da chance limitada de o projeto virar lei, sua apresentação no plenário destaca a crescente preocupação entre alguns parlamentares sobre a relação do Reino Unido com Israel e seu papel no conflito em curso.

Uma votação forçada sobre o projeto provavelmente levaria o Partido Trabalhista a instruir seus deputados a se absterem ou votarem contra, medida que poderia expor divisões internas no partido sobre a questão de Gaza.

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