O Centro Islâmico do Sul de Essex foi vandalizado na noite de quinta-feira, com cruzes vermelhas e slogans como "Cristo é Rei" e "Esta é a Inglaterra" pintados em suas paredes. O ataque, realizado apenas horas antes das orações de sexta-feira, está sendo investigado pela Polícia de Essex como um incidente relacionado ao ódio, de acordo com a Al Jazeera.
As autoridades locais agiram rapidamente para remover a pichação antes da chegada dos fiéis, mas o dano deixou uma forte sensação de inquietação na comunidade. Gavin Callaghan, líder do Conselho de Basildon, denunciou os perpetradores, descrevendo o ataque como "covardia criminosa patética" e "intimidação direcionada."
Líderes religiosos também se manifestaram contra o uso indevido de símbolos cristãos no ataque. Bispos da área emitiram uma declaração conjunta chamando o vandalismo de "escandaloso e profundamente equivocado," alertando que invocar o cristianismo para justificar o racismo é "teologicamente falso e moralmente perigoso."
Wajid Akhter, chefe do Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha, também condenou o ataque. "A bandeira de São Jorge é um símbolo da Inglaterra do qual todos devemos nos orgulhar. Para que seja usada desta forma, [que] ecoa como os nazistas atacavam lares judeus, é uma desgraça para nossa bandeira e nossa nação. O silêncio permitiu que o ódio crescesse," disse ele.
O incidente surge em meio a tensões mais amplas ligadas a uma campanha de mídia social chamada #OperationRaisetheColours, que encorajou exibições da bandeira de São Jorge em estradas e espaços públicos. Embora alguns apoiadores a retratem como patriótica, o grupo de monitoramento HOPE not hate ligou o movimento a figuras de extrema-direita, incluindo ex-membros da Liga de Defesa Inglesa e Britain First. Em várias cidades, pichações racistas e slogans xenófobos acompanharam a campanha.
Defensores da comunidade alertam que tais incidentes refletem uma tendência mais ampla. Shabna Begum, chefe do Runnymede Trust, descreveu o vandalismo como parte de uma "intensificação assustadora da islamofobia" ligada à retórica política e midiática em torno de requerentes de asilo.
"A violência sendo encenada em nossas ruas e o vandalismo de mesquitas é produto de uma trilha sonora política e midiática que implacavelmente demonizou comunidades muçulmanas," disse ela.
Casos semelhantes foram reportados recentemente em Essex, incluindo alegado abuso racial de uma mulher muçulmana e seu filho, bem como cruzes de São Jorge pintadas com spray em casas locais. Outros residentes falaram de assédio variando de insultos verbais a objetos jogados em famílias muçulmanas.
Em Basildon, líderes da mesquita encorajaram fiéis a participar das orações de sexta-feira em grande número como um ato de resistência. A participação foi maior que o normal, refletindo uma determinação de responder à intimidação com unidade.
Enquanto a polícia continua sua investigação, ativistas enfatizam que além dos incidentes de alto perfil, muitos casos de abuso islamofóbico não são reportados. Grupos de advocacia instaram maior envolvimento com comunidades afetadas para garantir que vítimas se sintam apoiadas ao se manifestar.
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