
A Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional, responsável por fornecer recomendações ao governo dos EUA sem definir políticas diretamente, opinou sobre o assunto. O Presidente da Comissão, Abraham Cooper, expressou reservas sobre a proibição da abaya, caracterizando-a como um "esforço equivocado para promover o valor francês da laicidade", que sustenta o secularismo oficial do país.
“A França continua a exercer uma interpretação específica do secularismo para atingir e intimidar grupos religiosos, especialmente os muçulmanos”, disse ele, informou a AFP.
Na sua declaração, acrescentou: “Embora nenhum governo deva usar a sua autoridade para impor uma religião específica à sua população, é igualmente condenável restringir a prática pacífica das crenças religiosas dos indivíduos para promover o secularismo”.
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No mês passado, o Ministro da Educação francês, Gabriel Attal, anunciou que as escolas já não permitiriam que as meninas usassem abayas, que são peças de vestuário esvoaçantes originárias do Médio Oriente.
Notavelmente, em 2004, a França proibiu anteriormente as crianças em idade escolar de exibirem "sinais ou trajes pelos quais os estudantes demonstram ostensivamente uma filiação religiosa", que incluíam lenços de cabeça, turbantes, cruzes proeminentes ou kippas.
No entanto, as abayas ocupavam uma posição um tanto ambígua, com certas mulheres afirmando que as usavam como expressões da sua identidade cultural e não apenas por razões religiosas.
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Os políticos conservadores franceses têm defendido o alargamento destas restrições, com a líder de extrema-direita Marine Le Pen, que garantiu o segundo lugar nas eleições presidenciais do ano passado, a fazer campanha pela proibição do uso de véu em espaços públicos.
Em França, a proibição das abayas foi desaprovada por parte dos líderes muçulmanos, bem como pela proeminente figura política de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, que a caracterizou como uma medida que exacerba as divisões sociais.
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