Queixa apresentada à Universidade de Maryland por assédio a estudantes muçulmanos
O escritório de Maryland do Conselho sobre Relações Americano-Islâmicas (CAIR) anunciou na quarta-feira que apresentou a queixa depois que uma ex-colega de quarto supostamente gravou e postou um vídeo online em uma conta pública de mídia social acusando falsamente as duas estudantes muçulmanas de antissemitismo e revelando suas informações privadas, incluindo seus nomes completos e locais de trabalho, sem consentimento.
Um vídeo de doxing, que havia acumulado 207 mil visualizações, 15,5 mil curtidas, 800 comentários e 3,3 mil compartilhamentos no momento do arquivamento da queixa do CAIR, foi postado pela ex-colega de quarto depois que as estudantes foram inocentadas por funcionários da universidade das acusações de má conduta feitas contra elas.
A ex-colega de quarto, que supostamente fez comentários anti-palestinos e insultos, como chamar as estudantes de terroristas, e criou um ambiente hostil e desconfortável para as estudantes muçulmanas durante sua acomodação temporária, supostamente fez doxing das estudantes após uma investigação conduzida pelo Escritório de Má Conduta Estudantil da Universidade de Maryland que concluiu que “a preponderância das evidências não comprovou” a queixa contra as estudantes.
O CAIR está pedindo aos funcionários da universidade que centralizem as vítimas na decisão sobre as consequências disciplinares contra a ex-colega de quarto por seu suposto risco imprudente à segurança e ao bem-estar delas. A organização de direitos civis também está trabalhando com legisladores para apresentar um projeto de lei na sessão de 2025 da Assembleia Geral de Maryland que imponha penalidades mais rigorosas para incidentes de doxing.
Em comunicado, a diretora de Maryland do CAIR, Zainab Chaudry, disse:
“Sem nenhuma evidência ou justificativa, essa ex-colega de quarto supostamente fez alegações falsas em um vídeo público revelando as informações pessoais dessas estudantes, expondo-as a uma enxurrada de assédio, ódio e ameaças de morte. Ao supostamente postar esses vídeos de doxing depois que as estudantes foram inocentadas pela universidade de qualquer irregularidade, ela colocou suas vidas em risco e causou sofrimento e angústia mental e emocional substanciais.
EUA: Maryland relata aumento de incidentes islamofóbicos e anti-palestinos“As estudantes tiveram que tomar precauções de segurança, minimizar seu tempo no campus, mudar suas atividades diárias e minimizar ou apagar sua pegada digital desativando contas online. Isso está afetando sua educação, e elas estão preocupadas com seu futuro por causa do comportamento irresponsável dessa estudante. Para apoiar as vítimas deste incidente alarmante e prevenir incidentes futuros, os funcionários da universidade têm a responsabilidade de promover a segurança dos estudantes e demonstrar que se posicionam firmemente contra esse tipo de ação maliciosa e retaliatória alegada.”
Na semana passada, o CAIR condenou o incidente e pediu uma investigação e ação disciplinar.
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