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Autoridade Afirma que União Europeia Intensifica Esforços para Combater o Crescente Sentimento Anti-Muçulmano

17:55 - April 18, 2025
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IQNA – A União Europeia está intensificando seus esforços para enfrentar a crescente onda de sentimento anti-muçulmano, promovendo políticas mais robustas para conter a incitação ao ódio, segundo Marion Lalisse, coordenadora da Comissão Europeia para o combate ao ódio contra muçulmanos.

Falando em uma conferência em Antália, na Turquia, Lalisse destacou um aumento nos crimes de ódio contra muçulmanos nos países da UE após o início da guerra de Israel em Gaza.

“Nos engajamos em reuniões de crise com os Estados-membros, oferecendo recomendações às autoridades reguladoras da mídia para evitar a incitação ao ódio contra muçulmanos, palestinos, árabes e outros percebidos como tais”, observou Lalisse, conforme relatado pelo jornal The National.

Os Estados-membros da UE são legalmente obrigados a implementar medidas para rastrear e prevenir o ódio online sob a Lei de Serviços Digitais da UE. Esse marco legal visa atividades ilegais na internet, incluindo discurso de ódio e desinformação. As medidas incluem a nomeação de “sinalizadores confiáveis”, geralmente organizações civis encarregadas de monitorar as plataformas online em busca de conteúdo prejudicial.

Lalisse, nomeada para o cargo em fevereiro de 2023, colabora com os coordenadores da UE para o combate ao antissemitismo e ao racismo. Juntos, trabalham para enfrentar a intolerância num momento em que movimentos políticos de extrema-direita na Europa têm explorado sentimentos discriminatórios contra grupos marginalizados.

Dados da Alemanha revelaram um aumento nos crimes de ódio anti-muçulmanos relatados pela polícia, que saltaram de 610 em 2022 para 1.464 em 2023. Na Suécia, esses crimes aumentaram 70% na segunda metade de 2023. No Reino Unido, a organização de monitoramento Tell Mama registrou, em fevereiro deste ano, o maior número de incidentes desde sua fundação.
Lalisse também chamou a atenção para o aumento da hostilidade contra grupos não muçulmanos erroneamente identificados como muçulmanos, como sikhs e cristãos árabes. Um relatório encomendado pela UE apontou que o conteúdo online tornou-se cada vez mais polarizado após 7 de outubro, com parte do conteúdo pró-Israel adotando tons anti-muçulmanos.

Ela expressou preocupação com a limitação das liberdades civis em vários Estados da UE, citando exemplos como o enfraquecimento de grupos da sociedade civil e restrições à liberdade de associação. Essa tendência, segundo ela, está ligada à equivocada associação entre o Islã e o terrorismo.

Lalisse incentivou as comunidades muçulmanas na Europa a participarem ativamente na formulação de políticas anti-discriminatórias para a estratégia antirracismo da UE de 2026-2030, incentivando-as a compartilhar suas perspectivas nas consultas públicas. “Se vier só de mim, não é suficiente”, disse ela.


 
 
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