Hojat-ol-Islam Hamed Qara'ati, membro do corpo docente da Universidade Baqir al-Olum, fez essas declarações em uma entrevista à IQNA.
Em resposta a uma pergunta sobre o tema central do levante do Imam Hussein (AS) e como ele pode servir como modelo hoje, Qara'ati explicou que o Imam Hussein (AS) citou várias razões para seu movimento - cada uma abordando um desafio social ou religioso diferente de seu tempo.
"Em suas declarações, o Imam Hussein (AS) falou sobre reformar a nação do Profeta (PBUH), resistir à injustiça e humilhação, recusar-se a jurar lealdade a alguém como Yazid, e reviver a tradição do Profeta (PBUH)", disse Qara'ati. "Esta diversidade de motivos reflete a gama de problemas que ele estava confrontando."
Qara'ati observou que a chave para seguir o exemplo do Imam Hussein (AS) está em primeiro identificar o próprio desafio pessoal ou social, depois buscar orientação na conduta do Imam. "Seja a questão individual, familiar ou social, o caminho para a emulação começa perguntando: O que o Imam Hussein (AS) faria nesta situação?"
Ele acrescentou: "Se fôssemos resumir todas as ações e posições do Imam Hussein no levante de Karbala em um conceito, seria o cumprimento do dever."
Qara'ati destacou que o Imam Hussein (AS) até abandonou sua peregrinação durante a temporada do Hajj, acreditando que o convite do povo havia tornado sua responsabilidade clara. "Mesmo que o chamado do povo fosse instável", disse ele, "eles enviaram cartas e mensageiros e imploraram para que ele liderasse. Isso tornou a obrigação vinculante sobre ele - e ele não a ignorou." Ele comparou isso a uma declaração do Imam Ali (AS), que uma vez disse que não teria aceitado o califado se o povo não tivesse se aproximado e pedido a ele.
O estudioso criticou as tendências modernas de honrar rituais enquanto negligenciam a responsabilidade pessoal. "Muitos hoje reverenciam cerimônias religiosas mas fogem do dever", disse ele. "Nossa prática religiosa se tornou ritualística, limitada a certos dias e espaços. Mas a maior lição do Imam Hussein (AS) é cumprir a própria responsabilidade em cada papel e circunstância."
Como exemplo, ele citou a recente agressão de 12 dias dos EUA-Israel ao Irã, durante a qual vários iranianos - desde um âncora de TV que continuou seu trabalho enquanto sob ataque, até um padeiro que retornou ao seu emprego apesar de perder seu irmão - demonstraram um profundo senso de dever inspirado por Ashura.
Referindo-se às famosas palavras de Lady Zaynab (SA), "Eu não vi nada além de beleza", Qara'ati explicou que sua declaração refletia a dignidade de ter cumprido o próprio dever. "A morte de um bebê ou jovens como Ali Akbar e Qasem não é bela em si mesma", disse ele. "Ela se torna significativa apenas quando ocorre no curso de cumprir fielmente a própria missão divina."
Ele também citou Abbas ibn Ali (AS), que disse durante a batalha: "Por Deus, se vocês cortarem minha mão direita, eu nunca vou parar de defender minha religião." Segundo Qara'ati, isso mostra que o verdadeiro sacrifício está em permanecer comprometido com o próprio dever. "É por isso que, em nossos hadiths, até mesmo um homem que morre enquanto sustenta sua família é considerado um mártir - porque ele estava agindo sobre sua responsabilidade divina", disse ele.
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