A cada ano, mais de 20 milhões de pessoas de todo o mundo se reúnem para a peregrinação do Arbaeen no Iraque, comemorando o martírio do Imam Hussein (AS), uma figura reverenciada no Islã Xiita. A participação massiva tornou-se uma das maiores reuniões religiosas globalmente.
"Esta é uma capacidade extraordinária—incomparável em qualquer outro lugar do mundo", disse Hojat-ol-Islam Isa Isazadeh, membro do corpo docente do Instituto de Pesquisa para Cultura e Ensinamentos Corânicos, em uma entrevista à IQNA.
"Nenhum outro evento atrai 20 milhões de pessoas expressando amor, devoção e reverência por uma personalidade martirizada há 1.400 anos", disse ele.
Isazadeh enfatizou que este fenômeno global não foi alcançado da noite para o dia. "Este não é o resultado de simples propagandas", afirmou. "É o resultado dos sacrifícios feitos por milhares de mártires desde a época do Profeta Muhammad (PBUH). Nós pagamos um preço muito alto—jovens, estudiosos e líderes deram suas vidas—para que este fenômeno divino pudesse emergir."
"O Imam Hussein (AS), seus companheiros, seus filhos e sua família pagaram o preço mais alto pelo renascimento da religião de Deus e pela lembrança de Ahl al-Bayt (AS)." Agora, com a peregrinação do Arbaeen prosperando, Isazadeh perguntou: "Como preservamos e sustentamos isso?"
Ele argumentou que o movimento Arbaeen oferece lições duradouras e modelos comportamentais para construir um estilo de vida centrado no Corão.
"Identificamos certas características entre os peregrinos do Arbaeen—como piedade, paciência, resistência e auto-sacrifício—que precisam de estratégias para serem transformadas de demonstrações temporárias em crenças duradouras", disse ele.
Segundo Isazadeh, dez qualidades se destacaram durante a peregrinação: lembrança de Deus, devoção à família do Profeta, piedade, paciência, perdão, auto-sacrifício, respeito mútuo, empatia, unidade e hospitalidade.
"Essas características são centrais para um modo de vida islâmico", disse ele, enfatizando a responsabilidade dos líderes e da comunidade em nutri-las.
Ele também apontou para a atmosfera espiritual da peregrinação, onde os peregrinos se envolvem em orações, recitações e tributos poéticos ao Ahl al-Bayt (AS). "Isso mostra a profundidade da devoção que essas pessoas têm", disse ele.
O estudioso também destacou a natureza inter-religiosa do evento. "A presença de estudiosos sunitas, cristãos e seguidores de outras religiões nos rituais de luto reflete o amplo apelo e significado da mensagem do Imam Hussein (AS)", disse ele. "É um grande patrimônio para o mundo islâmico."
Isazadeh concluiu instando as instituições religiosas e culturais a fazer melhor uso das plataformas digitais para transmitir esses ensinamentos.
"Com a influência das redes sociais e redes ativas, não estamos utilizando bem essa capacidade. Precisamos assumir a responsabilidade e comunicar efetivamente os ensinamentos islâmicos e resistir às narrativas hostis", disse ele. "Especialmente durante o Arbaeen, promover e proteger esses valores é uma obrigação coletiva."
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