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Estudioso Apresenta Seis Condições para uma Tradução Influente do Alcorão

19:42 - October 12, 2025
Id de notícias: 4920
IQNA – Um proeminente tradutor do Alcorão diz que clareza, acessibilidade e profundidade erudita são essenciais para qualquer tradução do Alcorão ressoar com audiências modernas.

Hojat-ol-Islam Mohammad-Ali Kousha, um destacado tradutor, intérprete e jurista do Alcorão, acredita que traduzir o Alcorão para os leitores de hoje exige tanto domínio linguístico quanto integridade espiritual.

Falando à IQNA sobre os desafios da tradução moderna do Alcorão, Kousha delineou princípios-chave que, segundo ele, distinguem uma interpretação influente e duradoura do texto sagrado.

Kousha, nascido em 1952 em Bijar, é um dos estudiosos alcorânicos mais prolíficos do Irã. Ele revisou quase 200 traduções persas do Alcorão e foi pioneiro em cursos avançados sobre tradução do Alcorão nos seminários do Irã. Sua própria tradução comparativa do Alcorão, publicada pela Ney Publishing no final de 2022, foi reimpressa três vezes e elogiada por especialistas. A obra também recebeu recomendação do Líder da Revolução Islâmica.

De acordo com Kousha, o ponto de partida para qualquer tradução significativa reside na natureza do próprio Alcorão. "O Alcorão descreve a si mesmo como 'Mobin' [15:1] — tanto luminoso quanto iluminador", disse ele.

"Uma tradução, portanto, deve transmitir significados com a mesma clareza e transparência. Deve ser compreensível para todos, assim como o Alcorão foi revelado para ser."

Ele enfatizou que uma boa tradução deve ser "livre de obscuridade e complexidade", ecoando o versículo alcorânico que elogia o Livro como 'sem tortuosidade'.[18:1]

"O tradutor deve evitar linguagem convoluta ou expressões arcaicas", disse ele. "O texto deve fluir naturalmente enquanto preserva a eloquência e a majestade do original."

Seis Condições Essenciais

Kousha acredita que as qualificações do tradutor são ainda mais cruciais do que o estilo de tradução em si. Baseando-se em erudição clássica e moderna, ele se referiu a condições apresentadas por Jalal al-Din al-Suyuti em Al-Itqan fi Ulum al-Quran e posteriormente expandidas pelo estudioso iraniano Mohammad Mahdi Khorramshahi. Das 22 condições listadas, Kousha disse que seis são indispensáveis.

"A primeira", disse ele, "é o domínio de ambas as línguas — a língua de origem, árabe, e a língua alvo, como o persa. Sem o comando total de gramática e expressão em ambas, a precisão é impossível."

A segunda exigência, acrescentou ele, é a capacidade de escrever em um "estilo forte, claro e fluente". Uma tradução, por mais precisa que seja, falhará se sua prosa for pesada ou desajeitada. "Se o texto não flui bem, a audiência não compreenderá seu significado", disse Kousha.

Terceiro, ele enfatizou familiaridade com as ciências alcorânicas. "O tradutor deve entender os conceitos de muhkam e mutashabih, nasikh e mansukh, e versículos gerais versus específicos", disse ele. "Sem isso, não se pode explicar ou mesmo traduzir corretamente certas expressões ou nuances teológicas."

A quarta condição é o conhecimento de jurisprudência islâmica, ou fiqh. Kousha observou que cerca de 500 versículos alcorânicos tratam de decisões legais, exigindo que o tradutor compreenda esses contextos.

"Não se pode traduzir corretamente os versículos sobre herança na Surah al-Nisa sem familiaridade com jurisprudência", disse ele. "Muitos tradutores, até mesmo alguns juristas, erraram nesses versículos devido à falta de foco ou conhecimento jurídico."

O quinto, continuou ele, é uma acquaintance com teologia, ou kalam. Isso permite ao tradutor distinguir entre atributos de Deus que se referem à essência divina e aqueles que se referem aos atos divinos. "Por exemplo, a palavra 'wāsiʿ' ocorre onze vezes no Alcorão", disse ele. "Em alguns versículos, significa 'tudo abrangente', não meramente 'abundante' ou 'expansivo'. Sem conhecimento de teologia, essas distinções sutis se perdem."

Scholar Outlines Six Conditions for an Influential Quran Translation

Finalmente, Kousha disse, o tradutor deve possuir "solidez mental e espiritual". Capacidade intelectual sozinha, alertou ele, não é suficiente. "Se um tradutor carece de equilíbrio interior ou tem uma mente inclinada para superstição, ele pode interpretar versículos para se adequar a seus preconceitos pessoais", disse ele. "Tal pessoa, mesmo que conhecedora, não é qualificada para traduzir o Alcorão."

Além dessas seis condições, Kousha apontou a importância de manter "prosa padrão". Uma tradução do Alcorão, argumentou ele, deve evitar linguagem obsoleta, forçada ou artificial e ao invés disso refletir um tom equilibrado que seja "eloquente, expressivo, fluente e fiel ao significado".

"O tradutor deve se abster de usar vocabulário desatualizado ou excessivamente ornamentado", disse ele. "A linguagem deve ser acessível mas digna — próxima da fala natural de leitores educados enquanto preserva a santidade da mensagem divina."

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