
“A procissão de Arbaeen desempenha um papel significativo na disseminação de valores religiosos, mas devemos lembrar dos ideais mais elevados que ela representa”, disse Hojat-ol-Islam Seyyed Kazem Seyyed-Bagheri, membro do corpo docente do Instituto de Pesquisa para Cultura e Pensamento Islâmico, à IQNA.
“A missão do Imam Hussein (a.s) era estabelecer justiça e liberdade e desmantelar as estruturas de opressão e tirania; portanto, a procissão de Arbaeen deve refletir essa luta contra os opressores contemporâneos, especialmente porque o evento deste ano coincide com as atrocidades em andamento cometidas pelo regime sionista contra os muçulmanos em Gaza”, acrescentou.
Um dos maiores encontros religiosos do mundo, a Procissão Arbaeen comemora o 40º dia após Ashura, que marca o martírio do Imam Hussein (a.s), neto do Profeta Mohammad (s.a.a.s). Este ano, a Arbaeen será observada em 25 de agosto.
Em fotos: Procissão Arbaeen 2024
Todos os anos, um grande número de muçulmanos xiitas convergem para Karbala, o local do santuário sagrado do Imam Hussein (a.s), para participar de rituais de luto. Peregrinos, principalmente do Iraque e do Irã, viajam para a cidade sagrada, muitas vezes cobrindo longas distâncias a pé.
A Arbaeen deste ano está sendo marcada em meio a ataques israelenses brutais contra muçulmanos na Faixa de Gaza sitiada. A agressão israelense custou a vida de mais de 40.000 pessoas, predominantemente mulheres e crianças, ferindo dezenas de milhares e deslocando quase toda a sua população.
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A procissão do Arbaeen deve promover a unidade e a empatia entre todos os muçulmanos e até mesmo os não muçulmanos, transmitindo a mensagem do Imam Hussein (a.s) para se posicionar contra a opressão, acrescentou Seyyed-Bagheri.
“Deve servir como uma reunião global para os amantes da liberdade levantarem a bandeira da justiça e da liberdade, garantindo que todos que participam da marcha do Arbaeen se sintam fortalecidos por esta mensagem”, ele enfatizou.
Em outro lugar, ele observou que o evento se destaca por sua natureza popular, reunindo todos aqueles que amam o Imam Hussein (a.s) ao redor do mundo, unidos em sua busca por valores transcendentais, divinos e humanos.
“É crucial garantir que esta cerimônia continue sendo um evento de base, livre de controle governamental, influência orçamentária e propaganda política”, ele observou.
O clérigo também pediu aos peregrinos que honrassem os valores de todas as religiões e seitas, particularmente a comunidade sunita, para que este evento permaneça livre de quaisquer ressentimentos, animosidades ou divisões.
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