IQNA

Lágrimas e Sorrisos na Estrada para Karbala: Histórias da Peregrinação do Arbaeen

7:05 - August 15, 2025
Id de notícias: 4633
IQNA – Na rota do Arbaeen, cada passo carrega uma história, cada lágrima encontra um sorriso.

A peregrinação do Arbaeen não se mede em quilômetros, mas nas batidas do coração de corações ansiosos. É um rio de devoção que flui de todos os cantos do mundo em direção ao santuário do Imam Hussein (AS). Aqui, o céu parece se inclinar mais baixo, como se caminhasse ao lado dos peregrinos que sussurram seu nome tanto com lágrimas quanto com risos.

Cada passo conta uma história. Uma mãe segura a mão de seu filho pequeno, plantando sementes de amor em pequenos passos. Um jovem, com sapatos gastos e pés machucados, caminha com um brilho nos olhos—trocando toda a fadiga por uma única saudação no santuário. Um homem mais velho, colocando a mão no peito a cada poucos metros, cumprimenta como se estivesse na presença de seu amado o tempo todo.

Ao longo da estrada, mokebs—tendas temporárias à beira da estrada—ficam como braços abertos, oferecendo pão quente, chá doce, água fria, ou mesmo apenas um sorriso. Homens e mulheres iraquianos, suas mãos ásperas do trabalho, mas seus olhos transbordando de alegria, servem os peregrinos não por obrigação, mas por puro amor.

O ar aqui está cheio tanto do peso da separação quanto da doçura do reencontro.

Cada peregrino carrega um segredo, uma oração, um voto—inquieto até encontrar paz em Karbala. É como se terra e céu se encontrassem em um ponto, onde todas as fronteiras desvanecem, deixando apenas um nome: Hussein.

A Casa do Pai

Dizem que uma filha dará sua vida para não deixar um espinho tocar o pé de seu pai. Onde quer que você vá, não há conforto como a casa de um pai. Em Najaf, eles chamam o santuário do Imam Ali (AS) de casa de todas as filhas.

Uma jovem mulher, peregrina pela primeira vez, admite que nunca foi particularmente religiosa. Nos anos passados, Muharram significava apenas participar das reuniões de sua família. Mas agora ela está na fila para cumprimentar seu primeiro Imam, sentindo-se estranhamente vazia.

"Não sinto tristeza. Meu coração não está batendo forte. Talvez algo esteja errado comigo," ela confessa. Ela não sabe que esta é a graça do Imam Ali (AS)—nunca deixando suas filhas sentirem a solidão do exílio em sua terra.

Quando ela chega ao santuário, suas palavras desaparecem.

A mesma jovem que momentos antes falava de não sentir nada agora encontra lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela se encosta no santuário, como se algo profundo dentro dela tivesse mudado—algo além das palavras.

Naquele momento, ela não busca nem sinais nem explicações. Ela simplesmente sabe que chegou—no abraço de um pai que não conhece fronteiras nem distâncias. Esta é Najaf, e este santuário é a casa do pai.

Uma Oração Que Foi Ouvida

Cada peregrino vem com uma história. Alguns chegam com corações cheios de palavras, outros com olhos secos de lágrimas, mas a maioria carrega um pedido. Najaf é mais do que um local sagrado; é um lugar para desatar os nós dos problemas da vida.

Fatemeh está entre aquelas que ficam quietas junto ao santuário. Jovem, calma, usando um lenço preto, seus olhos lutam para esconder suas lágrimas. Ela me conta que orou por três anos para vir aqui—para que sua voz pudesse ser ouvida.

"Talvez meu problema não pareça grande para os outros," ela diz suavemente, "mas para mim, era pesado. Tomei uma decisão que ninguém levou a sério. Só vim para dizer ao Imam Ali que não posso mais carregar essa dor sozinha."

Ela diz que nunca se sentiu tão vista quanto naquele momento, bem ali junto ao santuário. O nó ainda pode estar amarrado, mas ela tem certeza agora de que em algum lugar, alguém pegou sua mão.

Sobre o Arbaeen

O Arbaeen marca o 40º dia após Ashura, o martírio do Imam Hussein (AS) em Karbala em 680 d.C. É uma das maiores reuniões pacíficas do mundo, atraindo milhões de peregrinos—muçulmanos e não-muçulmanos—de todo o globo.

Muitos caminham os 80 quilômetros de Najaf até Karbala, uma jornada de cerca de três dias, em memória da luta de Hussein pela justiça e dignidade. A hospitalidade ao longo do caminho é lendária, com locais abrindo suas casas, corações e mãos para servir os viajantes, incorporando o próprio espírito do Imam que eles honram.

https://iqna.ir/en/news/3494247

captcha